Prevenção do Suicídio
Setembro foi escolhido, em diversos países, como o mês dedicado à prevenção do suicídio. No Brasil, essa iniciativa é conhecida como Setembro Amarelo, campanha criada em 2015 pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV). Desde então, o mês ganhou grande relevância no calendário nacional, transformando-se em um período de conscientização, informação e acolhimento.
A escolha do mês de setembro não é aleatória. O dia 10 de setembro é reconhecido mundialmente como o Dia de Prevenção do Suicídio, data que busca sensibilizar a sociedade para a importância de cuidar da saúde mental e oferecer apoio às pessoas em sofrimento. Nesse contexto, o amarelo foi definido como cor-símbolo da campanha, representando luz, esperança e valorização da vida.
Falar sobre suicídio ainda é um tabu em muitas famílias e instituições, mas é justamente o silêncio que contribui para o agravamento do problema. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos. Isso significa uma morte a cada 40 segundos em todo o planeta. No Brasil, estima-se que cerca de 14 mil pessoas tirem a própria vida anualmente. Esses números alarmantes mostram que o tema não pode ser ignorado.
A prevenção do suicídio está diretamente ligada ao cuidado com a saúde mental. Ansiedade, depressão, transtornos de humor, uso abusivo de substâncias e situações de violência ou exclusão social são fatores de risco que aumentam a vulnerabilidade de muitas pessoas. Reconhecer os sinais de sofrimento emocional — como isolamento, mudanças bruscas de comportamento, frases de desesperança ou até a entrega de pertences pessoais — pode salvar vidas.
Nesse sentido, a escuta atenta, o acolhimento e a busca por ajuda profissional são fundamentais. Serviços como o CVV, que atende de forma gratuita pelo telefone 188, funcionam como rede de apoio importante para quem precisa conversar. Além disso, escolas, empresas e instituições públicas devem investir em programas de conscientização, oferecendo palestras, rodas de conversa e acesso a profissionais de psicologia e psiquiatria.
O Setembro Amarelo não deve se limitar a apenas um mês de campanhas, mas servir como ponto de partida para que a sociedade cultive uma cultura de cuidado permanente. A saúde mental precisa ser tratada com a mesma seriedade que a saúde física, pois não existe bem-estar verdadeiro sem equilíbrio emocional.
Por fim, é essencial lembrar que falar sobre suicídio não incentiva a prática, mas, ao contrário, abre espaço para que as pessoas encontrem apoio e acolhimento. Ao iluminar monumentos de amarelo, usar fitas simbólicas ou compartilhar informações confiáveis, cada um de nós pode contribuir para reduzir o estigma e fortalecer a esperança.
Prevenir o suicídio é uma responsabilidade coletiva. Valorizar a vida, cuidar da mente e oferecer escuta e empatia são atitudes que fazem a diferença. Que o Setembro Amarelo seja, todos os anos, um convite para refletirmos sobre a importância da saúde mental e para lembrarmos que sempre há caminhos possíveis para superar a dor.